Você é um Workaholic?

Muitas pessoas trabalham de forma excessiva e exagerada, por longas horas, achando que estão apenas cumprindo com a sua obrigação. Não percebem que, na verdade, estão passando do limite e afetando prejudicialmente a sua mente e o seu corpo. Pessoas que têm obsessão por trabalho são chamadas de Workaholics.

Workaholic é uma expressão americana que teve origem na palavra “alcoholic” (alcoólatra). Através da conjunção com a palavra “work” (trabalho), derivou-se a designação para as pessoas que trabalham em demasia e não conseguem se desligar da atividade que exercem.

Workaholics sonham com o trabalho, ficam horas sem levantar de sua mesa, não se contentam com nada e acham que sempre é possível fazer muito mais. Trabalham além do horário normal, em finais de semana e feriados e levam atividades para realizar fora do ambiente de trabalho. Não tem prazer nenhum em tirar férias, pois veem isso como algo sem necessidade. Quando são obrigados a tirá-las, desejam intensamente retornar e retomar suas atividades.

No passado, o emprego do termo Workaholic tinha um significado positivo. Esse tipo de profissional era visto como exemplar, pois dedicava-se intensa e integralmente ao seu trabalho. Essa entrega era bem vista pelos empregadores. Porém, com o passar do tempo, esse conceito mudou. Atualmente, as empresas valorizam o colaborador que cumpre suas tarefas dentro do horário preestabelecido em contrato e verbalmente, que cuida de sua saúde e que não sacrifica a sua vida pessoal. Afinal, trabalhar de forma exacerbada, reduz a concentração, eleva o nível de cansaço e stress, e ainda ocasiona diversas doenças. A condição de Workaholic torna-se prejudicial ao colaborador, pois passa a apresentar uma queda em sua produção, estreitando seus horizontes intelectuais, sem perceber que o excesso de trabalho reflete diretamente em sua saúde.

É muito importante ressaltar que a ambição é necessária. O desejo de crescer e prosperar é sadio, desde que na dose certa. A ambição, quando aplicada de forma correta, funciona como um propulsor, um impulso para o crescimento profissional. Porém, se utilizada de forma errada, leva a um comportamento compulsivo e maléfico. Um vício.

As pressões do dia a dia e a autocobrança exagerada fazem com que este tipo de profissional tenha insônia, surtos de mau humor, impotência e atitudes agressivas em situações pelas quais se sente pressionado. Chegam à depressão, entre outros efeitos danosos. O medo de fracassar condiciona e impulsiona os Workaholics a sempre desejarem mais e mais em suas carreiras, de forma cada vez mais intensa e mais concentrada na busca por resultados. Vários motivos favorecem esse comportamento nocivo à saúde: a dedicação excessiva, concorrência, insegurança, medos e conflitos internos em conjunto com suas emoções. Pessoas inseguras, tendem a buscar no trabalho uma forma de se autoafirmarem.

Como em tudo na vida, deve-se ter equilíbrio. Trabalhar muito pode ser divertido, encorajador e representa valorização pessoal e profissional. Contudo, não deve ser a única motivação. Trabalho não significa abdicar de sua família, de seus amigos, de seu parceiro (a) e de tudo aquilo que lhe proporciona prazer. Na vida, há outros fatores mais importantes: a sua felicidade, sua saúde e as pessoas que você ama. Dar atenção somente à produtividade exagerada no trabalho resulta em sérias consequências futuras, muitas vezes irreversíveis. O tempo passa, e com ele as oportunidades de vida e a relação com sua família, amigos e com você próprio.

Acredite: felicidade e bem-estar são grandes geradores de produtividade. Este binômio é algo que os Workaholics acabam perdendo por não conseguirem tempo para abstrair, pensar na própria vida, corrigir os erros e seus caminhos. Repito, equilíbrio é o melhor caminho.

Para alterar essa condição de Workaholic, comece com passos pequenos. Se você tem dificuldade em relaxar, não há a necessidade de agir em um curto espaço de tempo. Aos poucos, habitue-se à nova realidade. Pratique atividades físicas. Não importa a modalidade, mas dê preferência para aquelas praticadas ao ar livre. Agende algum tempo para dedicar-se a ficar sozinho. Pode ser algo tão simples como ler, descansar durante 10 minutos, fazer uma pequena caminhada, tomar um bom banho de imersão ou então, fazer terapia e / ou meditação.

Entender este momento e querer mudá-lo é um grande passo. Procure auxílio de um profissional da área de Psicologia. Ele o auxiliará não só a entender o porquê você está agindo dessa forma, mas que meios terá que utilizar para que saia deste conflito. A terapia pode ser melhor aplicada se utilizada em conjunto com a meditação. Estas duas vertentes têm concepções diferentes, porém são remédios poderosos para o combate do stress e de outros diversos problemas que afetam mente e corpo. Ambas proporcionam profundo autoconhecimento, trazendo plenitude de paz e harmonia, um bem enorme ao nosso ser e essência.

Um abraço para todos.

Alicia Goldsztejn | Psicóloga e Consultora de Carreira da equipe Paula Dias Coach.

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